domingo, 27 de maio de 2007

Sonhada ilha

Como que por encanto o mar se fez calmo após a interminável tempestade,
As nuvens se afastaram e o barco enfim encontrou o porto.
Um sol distante, quase esquecido, encheu a baía de luz como há muito tempo não se via,
E o marinheiro cansado, barba por fazer, deitou-se na proa e bebeu seus raios

Permaneceu assim por alguns instantes e, saudoso, pisou em terra firme;
Mas ela, a terra, não parecia firme.
O marinheiro sentiu vertigens,
O tempo e o costume no mar tornaram a areia em ondas.
O marinheiro caiu de joelhos e chorou.

Assustado, voltou ao barco, voltou ao mar;
Nuvens escuras cobriram o céu,
Novamente perdido em alto mar sentiu sua antiga dor.
Sentiu-se forte e seguro no velho mar, na velha tempestade, no velho barco,
De volta às velhas coisas tristes, pessoais, devidamente conhecidas, totalmente domináveis.
Voltou à segurança de uma vida que conhecia bem

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