domingo, 27 de maio de 2007

Do oriente

O supremo saber,
Saber que todas as coisas passam
Conhecer o efêmero em todos os aspectos
Cem anos, o tempo de uma vida muito longa
E de uma grande guerra
Tudo termina em morte
E a morte é só uma ilusão.

O supremo saber,
Saber que o tempo é uma ampulheta
Que guarda o tempo de nossas vidas
E que quando a ampulheta quebra
A areia fica, e voa e se espalha
E se mistura ao grande mar

Estátuas de mil anos, grandes e fortes
Esculpidas em rocha
Desmoronam em um minuto
Eternos monumentos ao amor
Que um dia vão passar
Jardins suspensos que caem

Saber que tudo acaba
É olhar para tudo com uma saudade inexplicável
É conhecer o mundo de cor
É, talvez, o único saber necessário
É tornar todos os fatos em algo volátil
Tão leves quanto o ar que respiramos por pouco tempo

Saber que tudo passa
Que nenhuma derrota é definitiva
Que nenhum sucesso é o derradeiro
Que tudo vem a seu tempo
E que tudo sucede a tudo
E que quase nada tem importância

O saber supremo,
Saber fazer intermináveis tapetes de areia
Caminhar em prece constante
Viver em eterna romaria
Amar detalhes que em breve não existirão
Dizer adeus, dizer adeus

Nenhum comentário: