domingo, 3 de junho de 2007

Vozes

Uma constante espera por uma paixão
Uma constante espera pela oportunidade
Um sonho esquecido
Mais uma taça de vinho
Mais um cálice dessa bebida amarga
Mais um minuto a se perder ou a se ganhar

É disso que a vida é feita
É para isso que ainda estou vivo
Para ver esses minutos passarem por mim
Impregnados de futilidades e coisas vãs
Para respirar esse ar poluído
Ouvir o som desuniforme dessas buzinas
E ver a faísca de um raio no asfalto

Hoje eu falo de vida
E ela não faz nenhum sentido
E continua a ser esse mistério sem propósito
Onde eu posso cruzar com pessoas apressadas
Que passam por mim como livros fechados
Cruzando a rua e guardando segredos só para si.

E esse murmúrio ou esse silêncio de suas vozes
Me dizem a mesma coisa
E essa multidão me faz sentir como se eu fosse mais um
Que passa apressado e joga as horas pela janela
Que vai ser esquecido com se nunca tivesse vivido
Mais um destinado à morte inevitável.

Uma constante espera pelo fim
Uma constante espera pelo recomeço
Um eterno guardar da pureza
Um eterno zelar pelo espírito

Um comentário:

Anônimo disse...

Conheço isso intimamente...
Estamos sozinho sim, mas sabemos mesmo procurar?