quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

No apagar das luzes

Hoje. É tão difícil fazer uma canção
Por que não fazer uma que fale de tristeza?
Que descreva a solidão
De quem nunca amou
Ou foi amada o bastante

Memórias e lembranças de um nada profundo
No fundo da alma não resta mais nada
E se minha vida passasse por meus olhos
Eu nada veria
Nem mesmo você

Lembrar da paixão que não vivi
Dos livros que li
E coisas que não fiz Já era tarde demais

O relógio bateu a meia noite
Quando nasci entre um dia e outro
Uma fada me trouxe um dom que eu não conhecia
Falou que eu podia roubar almas num beijo
Mas nunca teria uma só minha

Olhe para mim agora Se ofusque com meu brilho falso 
A emoção acabou antes que viesse por completo
Como o brilho incerto de uma estrela na aurora
Que se esqueceu de morrer com o dia

Quantos versos virão até que eu possa ser feliz?
O que falta para vivermos felizes para sempre?
Falta o apagar das luzes
Falta o cair da noite

Talvez nunca seja cedo demais
Talvez hoje eu durma mais cedo
Para acordar amanhã ou nunca mais

Agora eu paro com um nó na garganta
Com os olhos molhados
Sem poder chorar
As lágrimas secaram
E chorar é para fracos

O mundo é tão louco quanto eu
Ele não tem o que espero
E por mais que me entendam
Eu não consigo entender
Como as coisas funcionam
E por que não pode ser do meu jeito

Se para ser aceito é preciso ser outro
Prefiro não ser

Nenhum comentário: